domingo, 1 de abril de 2012

Sim, deus não existe. A própria existência humana preenche os vazios da existência.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O sonho ainda está vivo...

Em cada instante que o relógio pulsa seus ponteiros repletos de vida, uma gota de esperança nasce nos sonhos de um ser. Os sonhos como uma pagina de um livro lido em uma silenciosa manha fria, soprados no vento acariciando o rosto, toca o coração aquecendo a alma.
O relógio que nunca para, nunca esquece seu tempo e nunca dorme vai guiando os seres e seus pensamentos, guia como se fosse seu único tempo, como se seu amanha fosse apenas o hoje, repleto de vida o relógio pulsa, acariciando os sonhos, e os sonhos não param... continuam sendo sonhados mesmo quando ao abrir dos olhos a mente desperta. Magistral onírico que cobre os sentidos não questiona o tempo, um deserto do real sem fronteiras, transforma a simples gota de lágrima em uma imagem de seus quadros imaginosos.
O sonho nunca morre, ele sempre pulsará nos corações com esperanças, acelerando o coração sempre que de seus assuntos tomarem sua mente ou uma lagrima tocar sua face em busca de um consolo. Sonhar não é viver apenas o hoje, é sem entregar ao amanha abraçado com o seu presente, sem o hoje não haveria o a amanha, sem o sonho não haveria o hoje. A vida só existe pelos sonhos, os sonhos que entregam aos pensamentos uma oportunidade de viver, os sonhos que fazem os braços se contorcerem e buscar o abraço, são os sonhos que dão forças para as pernas caminharem em buscar de seus objetos de estima.
Se hoje a vida pulsa é que um dia os sonhos deram asas ao ser vivente, a vida se entrega aos sonhos e dela ganha amplitude, como uma águia se lança de um penhasco em busca de sua caça a vida se joga com toda a sua força em direção aos seus sonhos, e lá se fortalece e toma proporções gigantescas.
Viver sem sonhar é minguar nas esperanças, é não ter amanha, é estar preso numa jaula sem cadeados! É o mesmo que ter uma arma engatilhada apontada ao centro da sua psique, estagnando o sangue em suas veias. Dormir não teria sentido em acordar já que não existe ração para as coisas feitas sem o impulso da vida.
O sonho ainda está vivo e a vida sonha, como se o universo cantasse uma cantiga de ninar para embalar as imagens em nossas mentes que são pulsadas para o coração. O sonho ainda está vivo, e vivo estando se metamorfoseia numa chuva de realidade, não se poderia entender a realidade se não fossem os sonhos! A vida caminha de mãos dadas com os sonhos que leva a realidade em sua alma...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Relatório de observação de estágio ( diário dum estagiario)

Quando entrei pareciam um bando de animais, quanto mais passos dou e mais perto fico, mais percebo que essas criaturas repugnantes não têm nenhum tipo de contato com a civilização. Cada um anda a seu modo, parecem não seguir padrões comuns. Me pergunto que criaturinhas são essas, que andam de lá para cá sem ter motivo, andam por andar. Penso que elas procuram algo para saciar a sede, mas vejo água e não as vejo beber. O que será que elas querem?

Entro em uma sala, ou seria jaula, a tal professora, ou domadora, me apresenta como professor estagiário, e que bosta é essa. Depois daquela trouxa me apresentar eu adentrei na sala, se tivesse onde sentar eu teria sentado, que pena fiquei mais de cinqüenta minutos em pé vendo aquela louca passar um tempão fazendo chamada e escrevendo um texto minúsculo no quadro. Qualquer pessoa que tivesse mais de 20% de suas capacidades motoras poderia fazer o que ela fez, e ainda sobraria tempo para um cafezinho, talvez se ela tivesse tomado o bendito do café antes disso que ela chamara da aula, aquelas pobre insanas criaturas pudessem respirar aliviadas em seus cantos empoeirados.

Após esse desvio mental me encarrego de correr com umas folhas rabiscadas e umas fichas para a bendita, ou será maldita, professora assinar, não teria nada para anotar daquele tempo estagnado, mas aquela loira sentada à minha frente até que me deu uma vontade de escrever, ou será foder, mas os rabisco na folha nada mais eram que um poema erótico escrito detalhando o modo de como eu a pegaria de quatro. Quisera eu que a professora fosse pelo menos um pouco atraente, mas para falar a verdade nunca vi uma porca enlameada lecionar, corro então para que ela contamine minhas folhas saudáveis com aqueles dedos gordurosos, felizmente ela assina e me entrega, começando um palavreado sem sentido sobre como os alunos poderiam participar da aula ao invés de ficar escutando o fone e folheando revista de mulher pelada, que por falta de sorte nem chegou a minha mão, mas pelo visto ela nunca iria saber se realmente funciona, fazer o que?

Aproveito para participar de mais uma aula de outra professora, até pegavel, que tem um modo bem legal de interagir com os alunos, a aula dela era bem interativa, até que eu poderia falar um pouco mais sobre a aula, se não tivesse cochilado metade da aula, despertei com um infeliz filho de uma puta me perguntado se o que ele tinha escrito estava certo, balancei a cabeça, um movimento que nem era sim e nem que não, pelo menos a peste largou do meu pé. Quase acabando a aula lá vou eu de novo com as fichas do estágio para a Zé assinar, o sinal para o recreio toca e sou convidado a ir à sala dos professores tomar aquele cafezinho.

Indo rumo à sala dos professores, agora percebo que as criaturinhas se dividem em bandos, em sua maiorias escolhidos por cores, uns só de preto, outros só de rosa, outros quase sem nada cobrindo o que pude perceber que eram formação de pequenos mamilos. Pude notar em um grupo mais separado que os demais que eles eram mais unidos que os outros, era o único grupo que se reunia em forma de circulo e passavam de mão em mão algo acendia e apagava logo em seguida, parecia uma brincadeira mas pelo tom que se dava a conversa vi que era coisa seria.

Já na sala dos professores, meu Deus, que inferno, achei até que tinha entrado na porta errada, ainda voltei para conferir se na porta não estava escrito: Gabiroba das loucas. Errei, realmente era a sala dos professores, e acredite na sala dos professores não se entra só professores, tinha um figura estranha, que não pode identificar o sexo, mas foi-me apresentada como sendo a professora de matemática, professor ou professora? Na hora que a outra falou só entendi: sous de matemática! Deixa pra lá, observar os monstrinhos é bem melhor, degustando este chafé, logo- logo me livro dessas criaturinhas, depois disso só daqui a seis meses e olhe lá, só me falta pegar devolta minhas fichas na sala daquela bicha enrustida chamada de diretor!


Poesia para salvar afogados

Certa vez ao conversar com uma amiga fui questionado “para que serve a poesia?” mas não pude pensar em coisas que talvez não fosse entendidas. Lembro-me agora do que disse o mestre Mário Quintana: “que faz um verso salva um afogado”. Somos nós os primeiros afogados, retiramos de nós algo que nos afoga, que nos impede de ser completos. O grande mestre talvez nunca tenha percebido o sangue em suas veias, verias nelas todo um mar que cobre a mente e faz flutuar em algo desconhecido.
Em cada ser ocorre de modo distinto, mas que se ligam ao salvar afogados, cada ser reage de forma antropofágica, reúnem em si tudo o que vêem, sentem, vomitam, experimentam.
Minha mente em pedaços procura entender a verdadeira necessidade de escrever tais coisas, que em certos momentos se fazem tão diferentes em minha mente quanto posso suportar. Penso eu algumas vezes ao ler-me, que tamanha liricidade não poderia fluir e talvez aqueles versos fossem apenas algo em comum, um mero descuido. E noutras, também penso que versos vindos de mim só poderiam dar nisso, nesses versos de tamanho sonambulismo de minha mente, loucos de tamanha disformidade que insultaria a verdadeira poesia.
Versos, estes meus, cantam minha vida, não somente ela mas todo fio de memória que por mim passa. Mais louco seria se os vivesse completamente. Percebo então que não é minha vida que se faz de versos, e sim minha mente que esquizofrenicamente luta por transformar-se em poesia. Estes versos fazem-se meu diário, um tanto quanto louco, mas meu, sem perturbações histéricas de como ou não devo proceder, apenas meus, como eu os quero. Da mesma forma como os tenho em minha mente em todos os momentos em que vivo, minha mente não para de pensar versos alucinados, minha mente volta e meia me surpreende com a mais bela construção poética que se perde no meu entusiasmo e na falta de memória. Por falta de memória já perdi grandes poemas, por descuido, por não ter sempre comigo lápis e papel.
Penso em escrever tudo que vem em minha mente, pena que não o possa fazer, meus versos que outrora se faziam livres de todo o pensamento, apesar se lançavam sobre o papel, tão falados quanto dispersos aos vultos de meus pensamentos. Mas não os desprezo pois sei que com eles me vi em uma nova realidade, que se distorce a cada momento. Não busco apenas versos belos e cheios de complexidade, quero tudo que minha ânsia lírica possa me dar, tudo que meus olhos possam contemplar.
Falo o que vem nessa mente cheia de loucura, não sei mais o que sou diante de meus pensamentos, cada vez mais disformes, cada vez mais psicodélicos, “girando como o mundo e meu cabelo”. Quem poderia pensar que uma pessoa que aparentemente não tem nenhuma aptidão especial se faz pensados do mundo em seus versos.
Massagens no ego não sei se para minha poesia são boas, mas escutar meus versos sendo aclamados, me deram grande alegria, não sei mais o quê.
Não sei mais para que escrever, mesmo pouco que tenho escrito, não fazem sentido, escrevemos para que leiam, não para depois num ato de egoísmo lermos nossos rascunhos de pensamentos.
Para que fazer versos? Para ficar no esquecimento? Para não poder ouvir depois que fazia algo de útil? Não quero ficar com meus versos só em minha mente, quero poder solta-los pelo mundo para que possam conhecer outros versos, contemplar toda a grandeza de versos já escritos e eternizados. Meus versos, esses infantes, não sabem a realidade do mundo fora dessa janela, não conhecem outro mundo senão através do reflexo da lua. Ingênuos versos, esses meus, gritam roucos pelas madrugadas, sem ouvintes.
Angústia, tamanha. Não agüento ficar sem meus versos, sem a novidade, sem poder tornar meus versos reconhecidos, ficar nas sombras, escondido na madrugada como quem busca roubar mentes que flutuam inocentes, não me fazem puro. Busco a purificação, não mais posso pensar em correr com meus versos sem algo que me faça puro, mas o que será realmente a pureza? Será que é toda poesia que flui de mim como o ar que respiro?
Vejo que a poesia não é algo que se explique, a poesia se vive! Pensar numa serventia para poesia nada mais é que pensar numa serventia para o que vivemos, pensar numa serventia para o que pensamos. Poesia, não só o lirismo, mas fundindo esse com os sonhos, daí teremos algo para usar em nossas vidas.